Um sistema de saúde que entrega valor, definitivamente, deve buscar entregar os melhores desfechos aos pacientes com o menor custo possível.
Esta proposta está enraizada na quadrupla meta proposta pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), onde priorizar o melhor cuidado para as pessoas, melhor saúde para a população, redução do custo per capita e melhor experiência ao profissional de saúde.
O conceito de saúde baseada em Valor, ou Value-based Healthcare (VBHC) foi introduzido no livro Repensando a Saúde, de Michael Porter e Elizabeth Teisberg, onde se propôs uma relação, aparentemente simples, dos desfechos que realmente são importantes para o paciente e custo na produção destes desfechos.
A provocação este conceito está em que um sistema de saúde sustentável só é possível a partir deste racional o que tem como base a centralidade do cuidado no paciente onde aponta a necessidade primeira de medir os desfechos e os custos de um segmento populacional específico com intervenções específicas a este segmento populacional.
Algumas ações viabilizadoras para um sistema de saúde baseado em valor, propostos pelo Boston Consulting Group e complementadas por boas práticas, dizem respeito a importância da interoperabilidade de sistemas para que se possa capturar os dados gerados em diferentes pontos de contato do paciente com o sistema de saúde; parâmetro e padrões claros para comparabilidade; um reforma profunda do modelo de remuneração e financiamento de ações que estimulem o VBHC além da construção de sistemas, processos e lógicas para formação de pessoas com o objetivo de colocar isso em prática.
Os desafio que se tem observado no Brasil são grandes, tais como: falta de conhecimento dos profissionais de saúde a respeito do tema; a questão de construir sistemas com a logica centrada no paciente, visto que a prática observada há décadas é de um sistema centrado na produção de serviço; o engajamento do paciente no cuidado; o alinhamento de incentivos aos diversos stakeholders que convivem num ambiente de desconfiança e de soma-zero; os modelos de remuneração tradicionais, pois por um lado estimulam o volume e a complexidade e por outro lado, o subtratamento; aspectos juridicos, pois advogados avessos ao risco, tem dificuldades em estruturar contratos levando em conta o engajamento do paciente, compartilhamento de dados, acordos baseados em valor, etc; questões de transparência das métricas de valor ao mercado com grande objetivo da redução da assimetria de informações; e finalmente a questão dos dados e acesso a eles.
O vídeo abaixo é uma introdução sobre Valor em Saúde para um alinhamento dos conceitos e uma reflexão do porquê ele é tão importante para o setor da saúde em nosso país.
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