Terapias inovadoras com potencial curativo estão chegando aos pacientes em todo o mundo. Essas terapias geralmente visam um grupo limitado de pacientes para tratar condições de várias áreas terapêuticas, como oncologia, cardiologia, neurologia e outras. Esses tratamentos geralmente são de curta duração. No entanto, eles estão associados a um preço alto. Mas esse alto preço é uma questão de financiamento bastante específica que diferencia as terapias avançadas, que são potencialmente curativas, de outros produtos farmacêuticos; os altos custos são iniciais com os resultados a jusante. E isso desafia os sistemas de saúde, muitas vezes despreparados ou não estruturados para suportar esses custos, pois os modelos tradicionais de financiamento e precificação existentes podem ser insuficientes para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde.
Ao mesmo tempo, a pressão sobre os governos para financiar essas terapias está aumentando.
Como muitas terapias avançadas estão atualmente em desenvolvimento, urge que as partes interessadas comecem a pensar e adotar novas estratégias de financiamento para essas terapias inovadoras.
O pagamento de anuidade frequentemente proposto pode não ser o caminho a seguir.
Apesar de não existirem modelos perfeitos, um provável modelo que garanta o acesso do paciente à inovação sem ameaçar a sustentabilidade financeira do sistema de saúde seja a de um “fundo específico para terapias avançadas” com critérios de elegibilidade claramente definidos. Ainda assim, a implementação de medidas de contenção de custos pode ser necessária para ajustar os preços à acessibilidade.
Além disso, para lidar com a incerteza relacionada a qualidade da evidência clínica apresentada quando da aprovação regulatória e também ligada ao valor da nova terapia será necessária uma cobertura vinculada ao desenvolvimento de evidências (CED) com acordos de caução. Ressalve-se, entretanto, que é improvável que a cobertura vinculada ao desenvolvimento de evidências tenha algum impacto sobre a acessibilidade e as tendências de gastos com saúde.
Adicionalmente, será importante garantir que não haja evasão de recursos para fora dos determinantes da saúde e que o custo de oportunidade seja considerado.